quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Fernando Farinha

Talvez poucas pessoas saibam que esta figura tão típica da cidade de Lisboa e da sua memória nasceu, afinal, no Barreiro, em 1928. O seu pai, barbeiro, decide tentar a sorte na capital e, com 8 anos, o pequeno Fernando vem viver para o bairro do Bica.

No ano seguinte canta pela primeira vez em público, num concurso entre bairros. Triunfante, com alcunha logo ali ficou: o "Miúdo da Bica". Com 11 anos, por morte o pai, torna-se profissional do fado, para o que foi precisa licença especial. Apoiado pelo conhecido empresário José Miguel, vai ganhar 50 escudos por noite no Café Mondego. Pela mão de Fernando Santos, jornalista e autor, entra ainda criança no Teatro de Revista (Boa Vai Ela), na qual se estreia, igualmente, Laura Alves. Aufere 100 escudos por noite. Assim ampara a família.O percurso das casas de fados será o seu destino nos anos que se seguem: Retiro da Severa, Solar da Alegria, Café Latino. Com 23 anos vai pela primeira vez ao Brasil. Aí estará durante quatro meses, actuando nas rádios Tupi e Record, de São Paulo. Ao longo de toda a década de cinquenta internacionalizará, progressivamente, a sua carreira junto das prósperas comunidades portuguesas, sobretudo do Brasil.

Em 1957 é nomeado "A Voz mais portuguesa de Portugal", pela Rádio Peninsular.
Presente na televisão desde os seus alvores, Fernando Farinha participa no programa Melodias de Sempre.
A década de sessenta é o culminar da sua popularidade. Segundo classificado em 1961, triunfa em 1962 como Rei da Rádio. No ano seguinte vence o primeiro galardão "Disco de Ouro", à frente de Calvário e de Tudela. Em 1963 ganha o Oscar da Casa da Imprensa para melhor fadista. Participou nos filmes O Miúdo da Bica e Última Pega.
Continuou a sua carreira nas décadas seguintes, actuando sobretudo para as comunidades de emigrantes. Uma das suas facetas menos conhecidas é a sua capacidade como letrista e poeta popular.


PRINCIPAIS ÊXITOS:
Sou do Povo, Deus Queira, Belos Tempos, Dias Contados, Menina do Rés-do-Chão, Fado das Trincheiras, Eterna Amizade, Guitarra Triste.
Segue-se um texto do Blog Fado de Lisboa
Fernando Tavares Farinha nasceu no Barreiro em 1928. Aos 7 anos já cantava nas casa tipícas de fado e lhe valeu o cognome.

A sua carreira foi de 53 anos em que lançou gravações de emormes éxitos como Belos Tempos, Deus Queira, Não Isso Não, Destino Marcado, Canção de Lisboa, Fado das Trincheiras e centenas mais.
Em 1963 foi premiado Rei da Rádio e o seu sucesso encontrou-o durante as décadas de 60 e 70.

Foi um artista muito querido pelos emigrantes Portuguêses espalhados pelo mundo e realizou diversas digressões pelo estrangeiro e foi numa delas ao Canadá em 1984 que o conheci pessoalmente e mantive como amigo até à sua morte em 1988.
Era uma pessoa simples, nostálgica e gostava de discutir política.
Disposto para ajudar, foi um grande poeta e tocava viola aonde musicou diversos dos seus poemas.


Foi casado cerca de quarenta anos e sem filhos; morou mais de trinta anos na mesma casa na Rua Maria Pia que eu frequentei várias vezes.
Foi um dos primeiros fadistas a gravar e actuar com a presença do instrumento viola-baixo tocado pelo Joel Pina no celebrado Conjunto de Guitarras de Raúl Nery.
Foi respeitado por outros artistas afastados do fado e seus grandes amigos foram Tristão da Silva, Manuel de Almeida, Raúl Nery e António Calvário.
De Fernando Farinha eu estimo um disco em que fui eu o responsável por a foto na capa.

No dia 13 de Julho de 2005 a Câmara Municipal de Lisboa manifestou a sua total concordância de Atribuir à Via 5 à Via 3 à Rua do Vale Formoso de Cima o seguinte topónimo:
RUA FERNANDO FARINHA
FADISTA
1928-1988


Contacto:
paulofilipe@rogers.com
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